Cão Guapo, herói do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, perde a batalha após diagnóstico de câncer agressivo

Cão Guapo, herói do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, perde a batalha após diagnóstico de câncer agressivo

Foto: Pedro Piegas (Diário/Arquivo)

Reconhecido por sua atuação em tragédias como Brumadinho e Petrópolis, Guapo enfrentou com bravura o último desafio: um câncer agressivo que comprometeu sua qualidade de vida.

O cão Guapo, labrador chocolate do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, foi submetido à eutanásia nesta segunda-feira (28) após a descoberta de um tumor agressivo e com metástase, que impossibilitou qualquer tipo de tratamento. A decisão foi tomada por conta da rápida piora no estado de saúde do animal, que deixou de se alimentar e beber água nos últimos dias.

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Segundo o sargento Alex Sandro Teixeira Brum, tutor e parceiro de trabalho de Guapo por quase uma década, o cão apresentou os primeiros sinais de debilitação em menos de um mês e, desde o último dia 16, parou de aceitar ração seca, depois a úmida, e também deixou de beber água. Diante do quadro irreversível, foi decidido que o procedimento seria a forma mais digna de encerrar a trajetória do animal que dedicou a vida ao resgate de vítimas em desastres. Ele tinha 11 anos e três meses de idade.

Ao longo da carreira, Guapo participou de missões como Brumadinho, Petrópolis, o incêndio na Secretaria de Segurança Pública do RS e as enchentes que atingiram o Estado em 2024. Em julho daquele ano, ele foi homenageado com uma Moção de Congratulação na Câmara de Vereadores de Santa Maria.

No plenário lotado, estavam colegas da corporação, familiares e outros cães de busca, como a cadela Molly.

Em julho de 2024, Guapo foi homenageado com uma Moção de Congratulação na Câmara de Vereadores de Santa Maria, reconhecendo sua trajetória exemplar junto ao Corpo de Bombeiros.Foto: Claudiane Veber (Diário/Arquivo)


Tumor agressivo e metástase aceleraram agravamento do quadro

Segundo o sargento Brum, os primeiros sinais de debilitação surgiram em menos de um mês. 

— O tumor era agressivo, já havia feito metástase, o que impossibilitou um tratamento do meu amigo para mudar o quadro. Me restaram medidas paliativas para dar conforto e muito carinho. Ele recebeu amor dado por todos, mas, em especial, minha família, Letícia, Arthur e Davi. Ele deixou seu legado e nunca será esquecido  —  diz o tutor, emocionado, sobre o parceiro de quase uma década. 


Despedida

A despedida de Guapo teve início às 14h30min, em cortejo fúnebre do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (HVU) até a sede do quartel do Corpo de Bombeiros. O velório será realizado no local. Foi lá que ele atuou por quase uma década ao lado do sargento Alex Sandro Teixeira Brum. Após a cerimônia, o corpo de Guapo até a Funerária Angelos Oeste, que ofereceu gratuitamente o serviço funerário, incluindo a cremação do cão.

Uma trajetória de dedicação, resgates e carinho

Guapo e Brum durante operação de busca em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A cidade foi devastada por fortes chuvas em fevereiro de 2022. Na tragédia, ao menos 232 pessoas perderam a vida.Foto: Corpo de Bombeiros (Divulgação)

Guapo nasceu em 14 de abril de 2014 e, desde filhote, já demonstrava a qualidade mais importante para um cão de resgate: gostar de pessoas. Atuava no 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), sempre ao lado de seu tutor, o sargento Alex Brum. Certificado para buscas de restos mortais em ambientes urbanos e rurais, Guapo participou de importantes operações no Brasil, como as buscas em Brumadinho, Petrópolis, no incêndio da Secretaria da Segurança Pública e no maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul: as enchentes de 2024.

Aposentado das operações, Guapo passou a atuar em projetos de cinoterapia no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), oferecendo conforto e apoio emocional a pacientes internados.

Após a aposentadoria, Guapo passou a atuar em projetos de cinoterapia, levando conforto e carinho a pacientes do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).Foto: Alex Brum (Arquivo pessoal)

Com a aposentadoria, Guapo ficou sob os cuidados em tempo integral do sargento Alex Brum. 

— Meu grande amigo, cuida de mim daí, um dia vamos nos encontrar e eu vou jogar bolinha no açude para você buscar, pode ter certeza — finalizou Brum, em recado destinado ao parceiro de tantos anos.

Guapo e o sargento Brum.Foto: Claudiane Veber (Diário/Arquivo)



Legado

Quem assumiu o trabalho de Guapo foi o próprio filho Sheik, um labrador amarelo com certificação nacional para localizar vítimas vivas ou fatais em estruturas colapsadas ou áreas rurais.

Filho de Guapo, o labrador amarelo Sheik recebeu treinamento especializado e hoje atua no Corpo de Bombeiros em operações de busca, dando continuidade ao legado do pai.Foto: Alex Brum (Arquivo pessoal)



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